domingo, 28 de junho de 2009

A CONQUISTA DA AMAZÔNIA PELOS EUROPEUS.

Uma História feita de mitos e desafios.

A HISTÓRIA da região tem sido, da chegada dos primeiros europeus à Amazônia até os dias atuais, uma trajetória de perdas e danos. E nela, a Amazônia tem sido vítima daquilo que ela tem de mais especial — sua magia, sua exuberância e sua riqueza.
Os primeiros conquistadores e colonizadores não se conformaram em ver aquela terra, que lhes parecia ser o paraíso terrestre, ocupada por povos que julgavam bárbaros, primitivos, rudes, preguiçosos e, possivelmente desprovidos de uma alma.
As ações à conquista e à manutenção da Amazônia - hoje patrimônio incontestável do povo brasileiro - constituem uma das mais belas páginas da história da humanidade. No curso, que durou quase 200 anos, sobraram coragem, determinação, desprendimento e incontáveis sacrifícios. Homens, em sua grande maioria, mas também mulheres e crianças; brancos, negros e, principalmente, índios, enfrentando dificuldades e vencendo desafios, levaram a tarefa gigantesca de desbravar tão grande e desconhecida região.


A chegada de Espanhóis e Portugueses


Em fins do século XV, Portugal e Espanha, com o apoio da Igreja Católica, acordaram pelo tratado de Tordesilhas a divisão das terras por descobrir, onde atualmente se situam a África e as Américas. Pelo combinado, grande parte do que se conhece hoje por Amazônia E realmente foram esses que tomaram a dianteira no reconhecimento da Região. A Francisco de Orellana, navegador espanhol, credita-se o descobrimento do grande rio, por ele navegado, desde a nascente, a sua foz, nos anos de 1540 e 1541. As narrativas fantasiosas do escrivão de bordo, Frei Gaspar de Carvajal, narrando à existência de mulheres guerreiras nas margens do grande rio, a Amazonas, são responsáveis pelo nome que hoje o identifica. Seguiram-se outras expedições espanholas com finalidade exploratória, até que franceses tentassem, no norte do Brasil, estabelecer a França Equinocial.
O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, foi o espanhol Vicente Pizon (em janeiro de 1500), que percorreu a foz do Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e surpreendeu-se em ver que se tratava de uma das regiões mais intensamente povoadas do mundo então conhecido. Ficou admirado vendo a pororoca (fenômeno natural que fez com que mudasse o curso de navegação) e maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais volumoso rio do mundo que foi chamado por ele de Mar Dulce. Foi bem acolhido pelos índios da região. Mas, apesar de fantástica, sua viagem marca o primeiro choque cultural e o primeiro ato de violência contra os povos da Amazônia: Pizon aprisiona índios e os leva consigo para vender como escravos na Europa.
Com a chegada de Cabral em 1500 a coroa portuguesa expandia seu domínio na nova Terra, fazendo Salvador como um centro, onde as expedições patim para as Índias e para o sul até o Rio da Prata, isto faz com que a conquista da Amazônia retarde, pois os espanhóis seus “donos”, de acordo com o Tratado de Tordesilhas não deram muita importância ao território amazônico.


Os Fortes e Missões




Com a união da coroas Espanholas e Portuguesas, os espanhóis fazem o reconhecimento da área com Francisco de Orellana e Pizon, como também Pedro de Ursa e Lopes de Aguirre, mas não tem a pretensão de povoar, abrindo precedentes para invasores como franceses, holandeses, irlandeses e ingleses, que fazem contato com os nativos e mantêm boas relações e fundam fortificações por toda a Amazônia.
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA Esse fato fez com que a Coroa Portuguesa tomasse uma medida para conter a presença de estrangeiros que só poderia ser feita, através de uma ocupação militar que tivesse a função de expulsar os invasores e construir fortificações para guardar o território, designou oficiais como Jerônimo de Albuquerque, Diogo de Campos e Francisco Caldeira de Castelo Branco, que partiu para a Amazônia, no início do século XVII, onde expulsou os franceses de São Luis, Maranhão e fundou o Forte do Presépio em dezembro de 1615 e a cidade de Belém em 1616 no Pará, que marca o início
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA da ocupação portuguesa a Amazônia e a construção de outros fortes ao longo do rio Amazonas, Gurupi, Pauxis (Óbidos), Tapajós (Santarém) e São José do Rio Negro (Manaus). Essas missões tiveram um apoio importante dos religiosos como os Jesuítas, Carmelitas e Franciscanos que tinham a função de catequizar e melhorar o relacionamento do indígena com os portugueses.


A importância de Belém para a exploração.


A fundação de Belém foi de vital importância para os portugueses, pois dali partiu suas principais expedições com o intuito de conquistar o território amazônico, além de estar em uma posição estratégica, situada bem na foz do Amazonas principal porta de entrada para exploração do território.
Em 1637, o Capitão Pedro Teixeira, a frente de uma expedição cujo efetivo chegava a cerca de 2.500 pessoas, lançou-se para Oeste, contra a correnteza, pela calha do rio Amazonas, com a finalidade de reconhecer e explorar a região e colocar marcos de ocupação portuguesa, até aonde pudesse chegar. E assim foi feito. Valendo-se do conhecimento e da adaptação à selva de muitos índios que compunham a tripulação, levou sua missão até Quito, na América Espanhola. A expedição durou cerca de 2 anos, constitui feito memorável e de suma importância para o reconhecimento da presença portuguesa na Amazônia. Foi o único navegador de sua época a fazer o trajeto de ida e volta, saindo da foz para nascente e de volta a foz.
Muitas outras entradas e bandeiras foram empreendidas pelos luso-brasileiros à Amazônia, seja em busca do tão sonhado "El Dourado", seja para colher as chamadas "drogas do sertão", especiarias muito apreciadas à época.


Os reflexos da exploração



Conquistada a custo de sofrimentos e sacrifícios, a Amazônia precisava agora ser mantida. Era de se esperar que, além dos espanhóis, franceses, holandeses e ingleses, não se conformassem, pacificamente, com a posse portuguesa da Amazônia.
A história dos homens na Amazônia tem sido construída a partir de muitos conflitos: de um lado, a visão paradisíaca criada pela magia dos mitos da região e sobre a região; de outro, a violência cotidiana gerada pela permanente exploração da natureza e desencadeada pelos preconceitos em relação a ambos — homem e natureza.
Ao longo de quatro séculos perdeu-se, muito da identidade original do homem e os referenciais da vida anterior, face aos sucessivos e constantes choques culturais. Hoje, o homem da Amazônia procura reconstruir, sem cessar, uma nova identidade e uma nova forma de vida que lhe possibilitem harmonizar uma nova cultura com a conservação da natureza, os benefícios e o usufruto do progresso técnico e científico do mundo moderno.
O aumento da destruição da natureza é alarmante. Nas últimas décadas, enormes massas vegetais, que incluem madeiras nobres, vêm sendo queimadas impiedosamente. De 1500 a 1970, ou seja, em 470 anos, apenas 2% de toda a floresta amazônica havia sido destruído; em apenas 30 anos (1970 a 2000), segundo o INPE, 14% foi devastado. Trata-se de um desastre sem precedentes contra o maior patrimônio natural do planeta Terra, contra a economia e a sobrevivência dos habitantes naturais — caboclos, ribeirinhos, índios e outros. E, pode-se mesmo dizer, contra o futuro da região e das novas gerações que precisarão dela para viver.


10 comentários:

  1. Gostei muito, ajudou bastante no trabalho para o 6 ano da minha sobrinha.

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  2. muito bom gostei da fonte e tirei dez no trabalho

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  3. 1473\76
    -carta apresentada ao rei D. Afonso V de Portugal pelo açoriano Fernão Teles. Do roteiro que então mostrou constava uma longa costa, com várias ilhas, baías e rios,

    que ele declarava serem parte das Sete Cidades. Embora se acredite que pudesse ser a costa do Norte do Brasil, entre o Maranhão e o Ceará, com o delta do rio Parnaíba,

    apenas se pode afirmar com certeza que aquele território se situaria na margem ocidental do Atlântico.finalmente em 1476 a carta solicitada foi concedida, mas não se

    conhece a existência de qualquer expedição subsequente por parte daquele donatário..

    1493
    -Duarte Pacheco Pereira, navegador português que historiadores de Michigan defendem ter descoberto o Brasil, em 1493 (ou 1496)

    1496
    -Duarte Pacheco Pereira, navegador português que historiadores de Michigan defendem ter descoberto o Brasil, em 1493 (ou 1496)

    1497
    -Bartolomeu Dias, num desvio pela volta do mar, ao caminho da Índia, em 1497 chega a avistar o brasil que Duarte Pacheco Pereira descobriu em 1493

    1498
    -D. Manuel I encarregou Duarte Pacheco Pereira de uma expedição secreta, organizada com o objectivo de reconhecer as zonas situadas para além da linha de demarcação de

    Tordesilhas (expedição que, partindo do Arquipélago de Cabo Verde, se acredita teria culminado com o descobrimento do Brasil, em algum ponto da costa entre o Maranhão

    e o Pará, entre os meses de Novembro e Dezembro desse mesmo ano. Dali, teria acompanhado a costa Norte, alcançando a foz do rio Amazonas e a ilha do Marajó) (7) a

    viagem esta descrita no livro esmeraldo de situ orbis
    -duarte pacheco pereira descobrira a costa sul-americana ao norte do Amazonas, fora do brasil

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  4. alguem sabe a contribuicao dos europeus na formacao da amazo nia

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